Gatos & Personalidades
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Os gatos são animais muito indicados para crianças, principalmente porque são muito limpos. Além disto, se forem de trato fácil, os gatos estimulam as crianças a desenvolverem o sentido de responsabilidade, ao cuidarem de um animal, e a tornarem-se mais afectuosas, já que os gatos adoram festas e às vezes exigem que lhas dêem. Embora sejam muito engraçados, os gatinhos não são recomendados para as crianças, por várias razões:
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Os gatinhos são muito irrequietos e não se tornarão boa companhia para as crianças, porque têm vontade própria e dentes.
Ainda não se consegue perceber bem a personalidade de um gatinho. Quando se dá um gato a uma criança, ele deve ter um certo tipo de personalidade que ajudará a que tudo corra bem.
Os gatinhos usam frequentemente as unhas e mordem, quer por brincadeira, quer porque estão a aprender a usá-las e querem descobrir qual o efeito que têm.
Se quiser oferecer um gato a uma criança, escolha um gato adulto ou, pelo menos, que esteja quase na idade adulta, macho (as gatas têm personalidades mais *complicadas*), e tente conhecer bem o gato antes de o oferecer. Convém que seja um animal meigo e calmo mas não demasiado pachorrento - os gatos muito preguiçosos podem chatear-se a sério se passarem a vida a ser acordados para brincar. Os gatos amarelos costumam ser ideais para crianças mas, como sempre, há excepções, e tudo depende da educação e personalidade do gato (e da criança).
Muitas pessoas com idade mais avançada optam por ter gatos em casa, por várias razões. São bastante limpos e não dão muito trabalho (não é preciso ir passeá-los à rua), e, além disso, são uma óptima companhia.
Há ainda outras razões adicionais para que os gatos sejam recomendados a pessoas idosas. Os gatos são como bonecos de peluche e agradecem se lhes fizerem festas - acariciar um gato pode ser uma boa forma de terapia, quer emocional quer física, já que muitas pessoas começam a ter problemas nas articulações das mãos, com a idade, e além disso, o ronronar do gato é muito reconfortante para quem lhe está a fazer festas.
Há algumas coisas com as quais se deve ter muito cuidado ao escolher um gato para dar a uma pessoa idosa:
A personalidade do gato - não pode ser um animal que se torne agressivo. O maior risco com as pessoas idosas é que aleijem o gato em querer e este se defenda, como é de esperar. É vulgar acontecer que alguém pise o rabo do gato e este lhe dê uma dentada na perna. É natural ao gato fazer isto porque lhe estão a esmagar o rabo e ele está cheio de dores e só quer fugir, mas a pessoa vai achar que ele atacou e provavelmente vai querer desfazer-se dele o mais rápido possível a seguir ao episódio. Para evitar isto, deve-se ter sempre comida disponível para o gato, para que este não ande continuamente atrás das pessoas e a circular pelo meio das pernas de toda a gente que se desloca na cozinha.
Hábitos do gato - não pode ser um animal habituado a roubar comida - mais uma vez, isto também vai depender de ter sempre comida disponível. Não pode ser um macho territorial que passe a vida a marcar território dentro de casa, nem que escave a terra dos vasos, nem que trepe às cortinas - e mais uma vez, os gatinhos são contra-indicados, porque não se sabe a personalidade deles. Não convém que seja um animal que vá dar muito trabalho porque passa a vida a estragar e a sujar coisas. É saudável que dê algum trabalho, mas não convém que seja uma fonte de problemas.
Se tem ou vai ter um gato num apartamento, tenha em conta os 'factores de risco':
As janelas têm de estar sempre fechadas, ou o gato não pode ter acesso às janelas. São incontáveis as histórias de gatos que saltam pela janela de andares altos e morrem, ou que saltam e sobrevivem mas são perseguidos por gatos de rua até os deixarem num estado lastimável. Muitas vezes, não sobrevivem após um episódio destes.
Aquários ou terrários que tenha em casa, bem como gaiolas de hamsters e esquilos, estão ao alcance do gato mesmo que os ponha numa prateleira alta. Acredite que o gato vai dar com eles mais cedo ou mais tarde. Tem de ensinar o gato a não se chegar aos outros animais e não escondê-los - neste caso, só estará a ensinar o gato a procurá-los. O método do borrifador de água é óptimo para ensinar gatos. Guarde uma embalagem de limpa-vidros, limpe-a bem e encha-a de água, e borrife o gato cada vez que o apanhar em falta - se for depois, ele não vai perceber.
Pratos de vasos, sanitas, baldes com água de lavar o chão, lava-loiças com detergente, são tudo coisas óptimas para um gato cheio de sede. Não deixe que o gato se habitue a beber água de qualquer lado que não seja a taça dele, ou um dia ele pode beber água de algum sítio com detergente ou outra substância tóxica.
Plantas - ver a secção Gatos & Plantas.
Os gatos de rua costumam tornar-se grandes gatões. São animais mansos (para os donos, e não para outros gatos), e gostam muito de festas. Têm as suas exigências especiais: não gostam de estar muito tempo fechados em casa nem de ser agarrados e levados ao colo.
São indicados para pessoas que tenham quintal, e paciência. Estes gatos vão envolver-se em lutas territoriais quando houver gatas com o cio na vizinhança (normalmente, na altura de Janeiro).
Convém ter um caixote para o gato dormir na rua quando ele não chegar a casa antes de fechar a porta para a noite. Convém também ensinar o gato a não marcar o território dentro de casa.
São os gatos muito mimados. Ser um aristogato não é tanto uma questão de personalidade, mas mais de educação. São animais que estão habituados a muito mimo e se tiverem que mudar de ambiente, podem ter alguns problemas, principalmente com a alimentação. Quanto ao resto, os seus hábitos são impecáveis.
Se lhe tiverem oferecido um aristogato e ele se recusar a comer tudo que não venha numa latinha de marca, tem de lhe 'dar a volta'. O melhor é descobrir qual a comida a que ele está habituado e fazer a transição entre essa e o outro tipo de comida para o qual o quer habituar, devagarinho. Se não fizer a mínima ideia de qual é a comida a que o gato está habituado e ele continuar a torcer o nariz à comida, vai ter de experimentar, ou esperar que ele tenha mesmo muita fome e coma de qualquer maneira.
Se um gato insistir em não comer absolutamente nada, tiver muita sede ou se recusar a beber água, é mais provável que tenha sido envenenado ou a sua digestão tenha corrido mal. Leve-o ao veterinário, porque os casos de envenenamento são muito perigosos e levam á morte em 2 ou 3 dias.
Rita Varela © 2001, 2002