Gatos & Saúde

 

 

Nossa saúde:   [arranhadelas de gato][toxoplasmose]

Saúde deles: [feridas e infecções] [vacinas] [esterilizações] [orelhas e ácaros] [orelhas e queimaduras] [parasitas] [restrições ao uso da coleira antiparasitas] [diarreia] [vómitos] [3ª pálpebra]

 

 

Arranhadelas de gato

Os gatos arranham facilmente qualquer pessoa, mesmo sem pretenderem magoar. A verdade é que as unhas retrácteis dos gatos funcionam para eles como se fossem os nossos dedos articulados, e eles usam-nas para agarrar as coisas. Muitas vezes, essas coisas são as mãos do dono. Além disso, repare que os gatos usam as unhas para brincar entre si, e não se aleijam. O que se passa é que eles não percebem que nós não temos uma grossa camada de pêlo protector, e por isso acham que não nos aleijam quando nos agarram com as unhas.

 As arranhadelas de gato podem ser muito dolorosas, mesmo que sejam pequenas. Se o seu gato costuma ir passear à rua, então as suas arranhadelas podem ser mais perigosas ainda porque as suas unhas podem estar muito sujas (mesmo que não se veja grande sujidade aparente, os microorganismos podem lá estar).

Depois de estar na brincadeira com o seu gato:

 

 

Feridas e Infecções dos Gatos

Os gatos que estão em contacto com outros gatos podem ficar com algumas feridas, principalmente se forem gatos habituados a passear na rua, onde todos os outros animais estão continuamente a marcar e a defender território. As gatas podem ficar com uma espécie de ferida em particular, na parte superior do pescoço devido ao comportamento de acasalamento dos gatos, em que o macho agarra a fêmea pelo pescoço com a boca, para a imobilizar.

Todas estas feridas podem infectar facilmente, porque as unhas dos gatos que estão habituados a ir à rua estão cheias de microorganismos patogénicos (i.e., que podem infectar o corpo dos animais).

Apesar de serem bastante resistentes à maior parte das feridas e infecções consequentes destas, é muito vulgar ver um gato com uma longa história de batalhas territoriais morrer de uma infecção que começou numa ferida aparentemente insignificante, por isso convém ter muito cuidado mesmo com as feridas mais pequenas. Muitas vezes podem estar associadas a lesões internas mais graves e que não conseguimos ver, e se uma pequena infecção alastra a esses locais a saúde do gato pode ficar com sérios problemas. 

As feridas nas patas são particularmente perigosas, por 2 razões: primeiro, o gato vai continuar a assentar a pata no chão e vai esforçar ainda mais o local da ferida, além de o manter em contacto com a sujidade; em segundo lugar, a maior parte dos gatos não acham muita graça a que lhe mexam nas patas e por isso estas feridas são mais difíceis de limpar.

Se o seu gato chegar da rua com ar de quem veio da guerra (e provavelmente veio), tenha em atenção:

 

Depois de verificar qual é o estado de saúde do gato, convém tratar-lhe as feridas para que não evoluam para infecção. Mesmo com o tratamento, é provável que algumas acabem por apresentar pus, mas a infecção nunca será tão profunda depois de tratado.

Se o seu gato está habituado a andar na rua e é frequente aparecer com algumas feridas, informe-se com um veterinário sobre qual o melhor antibiótico para o seu gato e pergunte-lhe se pode levar algumas doses a mais, juntamente com as indicações para a administração ao animal (quando e como). Assim escusa de voltar ao veterinário cada vez que o seu gato tiver uma infecção mais preocupante. Este antibiótico é-lhe vendido pelo veterinário e é próprio para animais de estimação, não é um antibiótico para seres humano. Não se esqueça que a fisiologia dos gatos e cães é ainda um bocado diferente da fisiologia dos seres humanos e nem todos os medicamentos podem ser partilhados com os animais de estimação.

Pode ainda perguntar ao veterinário como deve fazer para colocar Betadine e Bacitricina dentro da ferida do gato, com a ajuda de uma seringa (sem agulha). Isto é bastante fácil de fazer mas requer prática e paciência e é melhor aconselhar-se com o veterinário, porque a ferida pode ser ligeira e não precisar deste tipo de tratamento.

 

 

Vacinas

Os gatinhos devem levar 2 vacinas quando chegam às 9 semanas de idade:

 

Esterilização

A esterilização é uma opção para controlar a reprodução dos gatos. Num gato macho, além de eliminar as funções reprodutoras, vai impedi-lo de marcar o território e vai diminuir bastante as suas saídas nocturnas. Numa gata, vai impedi-la de ter gatinhos e vai diminuir ou eliminar os períodos de cio. A esterilização pode também ser aplicada quando uma gata teve complicações numa gravidez e se receia que venha a ter problemas na próxima gravidez.

Os animais esterilizados ficam bastante diferentes dos que não o são. Normalmente, ficam mais gordos e pachorrentos, e com tendência a engordar ainda mais. Além disso, a esterilização pode não impedir que os gatos ganhem hábitos de vadiagem.

Apesar de ser um método prático, eu nunca considerei aplicá-lo aos meus gatos, e preferi mantê-los 'naturais' e deixá-los seguir o seu ciclo de vida natural. Decidi disto principalmente de conhecer donos de gatos que foram esterilizados e não perderam os seus hábitos de vadiagem, ou que sofreram uma grande mudança de personalidade depois da operação e se tornaram mais bravos e desconfiados. A melhor maneira de controlar a personalidade de um gato é educá-lo.  Além disto, já me explicaram que é essencial às gatas terem gatinhos pelo menos uma vez na vida, porque isso podia impedir que mais tarde viessem a desenvolver quistos nas mamas, mas como esta informação não foi dada por nenhum veterinário, ainda aguarda confirmação de fontes mais seguras.

A data ideal para a realização das operações é:

 

 

Orelhas e Ácaros

Um gato saudável tem por regra as orelhas limpas.

Os sintomas da presença de ácaros são:

Isto indica a presença de ácaros. Os ácaros comem o revestimento interno do canal auditivo e provocam a secreção desta cera. 

Além de incomodarem o animal porque lhe causam comichão, os ácaros causam uma infecção que pode alastrar ao ouvido interno, causando problemas de audição e de equilíbrio

 

 

 

Orelhas e queimaduras

As orelhas dos gatos brancos são particularmente sensíveis às queimaduras solares e às frieiras. 

 

 

 

Parasitas

 

1. Pulgas 

Um gato sem pulgas não é um gato. É muito raro que um gato não tenha pulgas algumas vezes durante a vida. Os locais mais comuns onde as pulgas se escondem são debaixo do pescoço e nas axilas e virilhas. Também se podem detectar as pulgas pela presença dos seus excrementos - pequenos resíduos pretos espalhados pelo pêlo. Alguns gatos podem ser alérgicos aos dejectos das pulgas ou à sua saliva.

Para resolver o problema das pulgas, há várias soluções, que podem ser combinadas umas com as outras. O que se pode fazer:

Além disto, convém verificar que não houve nenhuma pulga a passar para os tapetes de casa. Em caso de dúvida, devem-se lavar estes com desinfectante. Um gato com coleira anti-pulgas não deve apanhar mais pulgas durante o tempo de validade da coleira.

 

Restrições ao uso de coleira antiparasitas

Atenção às alergias à coleira, porque o gato pode ficar com o pescoço sem pêlo, com vermelhidão e a seguir podem aparecer feridas que sangram, no pescoço. Uma gata a amamentar nunca deve ter a coleira nem pó anti-pulgas - aliás, como os gatinhos bebés apanham logo pulgas se a mãe também tiver, deve-se limpar bem a gata mal se saiba que ela está grávida, e retirar todas as formas de tratamento mal ela tenha os gatinhos. Se um gato mostrar alergia à coleira, esta deve ser retirada imediatamente e o pescoço do gato deve ser lavado com Betadine (frasco amarelo) e tratado com Bepanthene (pomada cicatrizante) ou vaselina.

 

 

2. Carraças

As carraças são parasitas muito perigosos para os gatos e para os seres humanos. O melhor é que um gato use sempre uma coleira antiparasitas - as coleiras anti-pulgas normalmente também afastam outros parasitas, como as carraças.

Se o seu gato apanhar alguma carraça, coloque sobre o local um algodão embebido em éter para adormecer a carraça, fazendo-a desprender o ferrão. Depois de algum tempo, retire a carraça com uma pinça, tendo o cuidado de a agarrar pelo ferrão, que está preso na pele, e fazendo assim com que não fiquem bocadinhos de carraça presos à pele do gato, o que lhe poderia causar infecção e febre. A seguir, desinfecte a zona e observe o resto do gato para verificar se não tem mais parasitas. Os locais mais prováveis são debaixo do pescoço e atrás das orelhas. 

Se por acaso descobrir uma carraça em si, o procedimento é o mesmo.

 

 

3. Parasitas internos

 

- Infecção pulmonar

Há uma infecção pulmonar dos gatos que é provocada por um verme - o Strongylus micrurus. Este verme aloja-se nos pulmões o gato e causa uma doença chamada pleuro-pneumonia, que se detecta por uma tosse seca. Este verme tem um ciclo de vida com dois intermediários - o caracol e o pássaro - e passa para o gato quando este caça o pássaro. O estado adulto (que põe ovos) vive no gato e os ovos passam para a relva, onde contaminam um novo caracol. 

 

- parasitas intestinais

Os parasitas intestinais dos gatos podem ser ténias ou ancilóstomos. Causam diarreia, anemia e perda de peso. Basicamente, tudo o que o gato come está a ser ingerido pelo parasita e não pelo gato.  Quando o parasita se desenvolve, o gato pode ficar muito magro e ter uma barriga muito grande. Quando têm estes parasitas, os gatos ficam muito enfraquecidos e têm de ser levados ao veterinário, que lhes dará um desparasitante sob a forma de comprimidos ou pasta (p/ex. o Strongid) . Nos dias a seguir, convém lavar muito bem as mãos cada vez que se mexer no gato, porque ele vai estar a perder os parasitas. Tem de se ter muito cuidado com crianças que convivam com o gato nesta altura. 

 

 

Diarreia

A diarreia nos gatos pode significar, entre outras coisas:

Se o gato tiver diarreia durante muitos dias, fica desidratado e pode morrer. Veja aqui como se verifica que um gato está desidratado. 

 

 

 

Vómitos

Os gatos podem vomitar por várias razões:

 

3ª Pálpebra

Os gatos têm uma 3ª pálpebra - a membrana nictitante - que por vezes pode estar mais visível. Isto pode indicar:

 

 

 

 

 

 

Rita Varela © 2001, 2002